Muito se diz sobre ser mãe. Entre o clássico “padecer no paraíso” e o trágico “desfiar fibra por fibra o coração”, a maternidade inspira pensamentos, poemas, músicas, frases feitas. Mãe de dois grandes meninos, nunca confiei nestes ditos que endeusam a mãe e revelam a maternidade como sublime, fora da realidade humana. A maternidade vista como suprema abnegação e doação. Isso é apenas uma parte da história. Mães são seres humanos e, embora quase nunca assumam, também perdem a linha, se irritam, erram, jogam, manipulam. As mães dedicadas, sensíveis e inteligentes se beneficiam da maternidade: fonte quase inesgotável de carinho e conforto, experiência humana ímpar no aprendizado da tolerância e da aceitação, imersão no universo dinâmico das novas gerações. Sim, ser mãe tem suas vantagens – e não são poucas.
Por isso, gosto muito de um texto que li há muito tempo, num livro intitulado – por incrível que pareça – A Madrasta, de Nancy Thayer. Pode não ser a mais bela definição de mãe, mas, por certo, para mim, é a mais verdadeira. Leiam:
(Meus filhos) “Eles me ligaram a alguma coisa profunda, ampla, selvagem e boa deste mundo. Ao nascerem, deram-me um conhecimento grande e chocante de minha capacidade para comer capim, para dançar nas árvores, para cair de telhados e dissolver-me em cintilantes moléculas de neve. Com a chegada deles, fiquei sabendo que estava agarrando a morte, rasgando-a pelo meio e espantando-a de vez com meu sangue quente e orgulhoso. (...) continuarei a atravessar esta vida com meus filhos como se estivesse atravessando um panelão de chocolate quente, pegajoso e doce. Esse chocolate me atrapalha, me detém, muitas vezes me irrita, mas continuo aqui, feliz, nesse mingau quente e grosso, lambendo o doce de meus dedos e braços e de minha barriga.”
Parabéns e abraços... de mãe para mães.
Eliana Maciel
Parabéns mãe!
ResponderExcluirte amo!
Ary