A linda mulher da foto ao lado é minha avó, mãe da minha mãe. Dolores era o seu nome; o apelido: Lolô. Alguém conhece um apelido mais próprio para uma avó de pele rosada e cabelos de algodão? Uma avó que gostava de receber visitas e que tirava todos as espinhas do peixe para que comêssemos sem riscos?
Hoje acordei pensando em minha avó. Talvez porque ouvi o amigo Walter Tassi contar de sua avó italiana Vicentina. Uma mulher forte, que levava nos ombros a força do trabalho e no coração a união da família. Assim também era minha avó.
Quando a 'Vó' Lolô faleceu, escrevi o poema abaixo, que compartilho com vocês.
ADEUS
Descansa em paz, minha avó
Descansa teu pesado corpo
Nesse chão que outrora
bebeu teu suor
e sentiu o calor de teus pés
Descansa tua exausta matéria
Nessa terra que já alimentou teus filhos
E se alimentou de teus pais
Descansa, minha avó...
Descansa de teus trabalhos todos
Nesses ares que já ouviram
Teu riso de criança
E teu choro de mulher
Deita-te e dorme, minha avó
Que esses ventos guardem tua carne
E soprem para nós tua força antiga
Deita-te e dorme, minha avó
Que essas colinas cultivem tua memória
E se sustentem de teu viço
Minha avó, descansa tua casca
Nesses campos da terra
Pois tua alma, menina liberta,
Corre e brinca nos campos do Senhor...
Que linda maneira de se despedir...
ResponderExcluirMerecida homenagem, fiquei com vontade que alguém (filhos, talvez netos)me sentissem assim.
Como você escreve bem!
ResponderExcluirPor sinal, adorei seu livro, espero que em breve faça outro contando histórias de sua adolescência ou sobre o que quiser.