Meus amigos Leda e Jocely têm dois belos filhos: Lívia e Miguel. São crianças educadas com carinho e cuidado. Gosto de observar o quanto são inocentes: lembram-me as crianças de quando eu era menina... Após o lançamento de "Menina dos Olhos", a Lívia disse para a mãe que havia descoberto sua profissão. Com toda certeza dos seus dez anos, anunciou que seria escritora. E começou a escrever histórias e mais histórias. Muitas, inclusive, ela própria ilustra, utilizando o computador. Lívia constrói novos contos de fadas, diferentes dos tradicionais, como ela mesma comenta. Lívia tem ótimo vocabulário e suas palavras nos levam a imaginar as cenas que descreve. Lívia bem que merece publicar um livro...
Com vocês, a pequena-grande escritora, Lívia Jane...
Carta ao leitor
Todos esses séculos os contos de fada sempre foram assim: madrasta ruim, pai viúvo, mãe morre doente, princesinha maltratada pela madrasta e príncipe encantado. Mas as minhas histórias são diferentes...
As três árvores
Era uma vez uma garota chamada Ester que morava com seus cinco irmãos homens: Daniel, Gabriel, Joel, Samuel e Marcel. Ela era a única menina da família, porém, era a mais velha. Um lindo dia, combinaram que iriam visitar os avós no final de semana. Seus avós, ninguém sabe por que, moravam na floresta.
Ester mandou Daniel pegar três tipos de frutas diferentes para levarem para os avós. Daniel estava procurando os frutos de que mais gostava e encontrou-os em três árvores belas e carregadas que ficavam no alto de um morrinho. Daniel, ao enxergar as árvores, começou a salivar, esqueceu do que deveria fazer e comeu os frutos de uma vez só. Na última árvore ele nem subiu, pois estava com a barriga cheia.
Voltou para casa sem saber de nada e sua irmã chamou sua atenção. Mas, como só iriam visitar os avós no fim de semana, ela não ficou tão nervosa. No outro dia, Ester mandou Gabriel fazer o que o irmão não tinha feito. Por coincidência, ele encontrou as três árvores que o irmão tinha achado. Aconteceu a mesma coisa e a irmã também chamou sua atenção. No outro dia, ela mandou Joel fazer a mesma coisa e não aconteceu diferente. Ester mandou depois Samuel e aconteceu tudo igual. No dia seguinte ela mandou Marcel e disse que não aceitaria desculpas.
Marcel era o mais inteligente de todos os cinco meninos, só não era mais que a irmã por ser o mais novo dos filhos. Ela já viu quase todo tipo de coisa, por isso ele era o segundo mais inteligente.
Marcel mergulhou um pano em molho de pimenta que fervia e queimava suas mãos, e colocou-o amarrado na boca, assim não comeria nada, pois, se tentasse tirar o pano, se queimaria e se abrisse sua boca engoliria pimenta. Encontrou as três árvores das desculpas dos seus irmãos e pegou tudo o que tinha a pegar, mas achou uma matilha de lobos a sua frente. Marcel correu e entrou em casa. A irmã viu tudo o que tinha acontecido e se orgulhou de Marcel, mas se desapontou e pediu desculpas aos irmãos, que tinham falado a verdade. Assim, visitaram os avós e tudo correu bem daquele dia em diante.
Ass.: Lívia Jane